E ela continua linda,

Capaz de me encantar, ainda,

Eis que sou louco pela mesma menina

Tão doce, atraente e feminina,

Que até mesmo o tempo

Inclemente e duro ao passar,

Até este atual momento,

Quiçá a seu próprio contratempo,

Só conseguiu enfeitar:

• De sua beleza sendo fomento.

Do meu amor, alimento!

Já se foram cinquenta e cinco

Os anos que junto dela passei

E em minha pele cada vinco

Foi marca de amor que ganhei.

Hoje, compartilhando os afetos,

Eu a divido com filhos e netos

Que nem todos juntos, eu sei

A amam tanto como sempre a amei

E, feliz, continuo amando,

Enquanto vamos, de mãos dadas,

Nossas vidas entrelaçadas,

Todos os dias, namorando…

Mô, sempre apaixonado.

05/03/2021

Hoje é o dia dos avós
Aqueles que dos netos
Que nunca os deixam quietos
Vivem a desatar os nós

E o que dizer, então dos bisavós,
Que além de filhos e de netos
Têm a sorte de ter bisnetos
Para o amor de todos nós

Mas há uma Bisa na sua toca
Sorriso lindo e feição calma
Que espelha o fundo de sua alma
Em quem a gente dá tanta beijoca.

Ela se chama Cida. Pra nós, Cidoca.

Joffre Sandin, no Dia Dos Avós.
26/07/2019
(Feita de mãos dadas com a Cidoca, minha mâe, aos noventa e cinco anos)

Só de olhar a menininha
Dançando tão caipirinha,
Passando de um pr’outro lado,
Deixa o vovô embasbacado

Diante de tanta beleza,
Que mais parece princesa.
No meio de tanta menina,
É a que a todos fascina.

A ginga toda brejeira
Parece até brincadeira
E a gente com tanta saudade…

É a vida que mostra a verdade
Da gente querendo estar perto
E o coração está aqui e aí, é certo!

Vovô Joffre
De Princeton para São Paulo
08/06/2019

(Feita em cinco minutos, enquanto esperava a conta do restaurante “Tereza’s”, em Princeton, EUA, logo depois de ter visto a Catherine, minha neta, na Festa Caipira)

Interessante!

Eu caminhava pelo jardim

E percebia um brilho não usual

Olhava ao redor… tudo era normal,

Mas aquele brilho penetrava em mim…

Surpreendente!

Busquei a origem da luminosidade.

Da nossa estrela parecia ser,

Ao parir o dia a cada amanhecer,

Inundando-o com sua claridade.

Inesperado!

A andar, continuei, entre as flores

Ao meu redor, cada uma de uma cor,

Cheias de vida e resplendores

Adornos certos para o amor…

Encantador!

Vi que o sol a tudo iluminava

E percebi, então, onde ele buscava

De sua luz aquela intensa fonte…

Eras tu, meu amor, ao contemplares o horizonte!

Joffre Sandin

Barraco no Morro, 06/05/2020

Um sorriso de acalentar

Uma boca de chamar

Lábios que fazem sentir

Quase um mel, um elixir

Que dá vontade de sorver

Todo o açúcar que deve ter…

E de onde brota tal sabor,

Líquido de translúcida cor,

Que de carinho faz lembrar,

Querer tocar, querer amar,

Com se néctar de amor fosse?

Como é bom esse beijo doce!

Joffre Sandin

(03/09/2014)

Respirar teu corpo

Sentir teu odor

Beber teu perfume

E  não permanecer imune

A todo esse encanto

E provocar arrepio

Que aumenta o desejo

E até causa espanto…

Mas não me contento

E tento e tento

E tremo em teu pelo

Derramado em meu peito

Lambuzado de amor

E com o som do teu cheiro…

Joffre Sandin

29/12/2012

Vim buscar meu amigo

Pra almoçar comigo

No lugar em que ele quiser.

Ele é bom de garfo e colher

E nada importa onde seja,

Pois onde quer que ele esteja

Sua presença me enseja

Um incrível, imenso prazer,

Já que o ter ao meu lado

Deixa meu dia iluminado

E o dia parece completo.

Grande a diferença de idade

Mas Deus me deu a vaidade

De ter como amigo, meu neto!

Joffre Sandin

03/01/2020

Enquanto esperava o Luca, meu neto, para almoçarmos no AJA ( um japa de Princeton)

E aí, a gente se depara com o ar.
Rapidamente, começa a chorar,
Talvez, já de saudade do abrigo
Oferecido pelo amor mais amigo,

Que, na vida se pode encontrar
E sempre e a qualquer momento,
Aflija-nos o mais súbito tormento,
Temos a certeza de poder contar.

Tanta coisa linda se pode dizer,
Carinho, calor, luz , proteção,
Coração batendo forte de emoção,

A mão suave sempre a oferecer
Carícia, com braveza ou chamego,
Mãe… Como é bom o seu aconchego!

Joffre Sandin
12/05/2019

VOZ DA ALMA

Vi hoje um vídeo lindo
Chegou-me no celular
Nem sei de onde tinha vindo,
Mas conseguiu me assombrar.

No palco uma frágil menina
Amparada por ama fiel
Inspirada por chama Divina
Seus sons tinham origem no céu

Sem duvida tão frágil corpinho
Maltratado por insana moléstia
Exalando tão intenso carinho

Nas notas da música calma
Mostravam com angelical modéstia
Que sua voz era a voz de sua alma.

Joffre Sandin
25/07/2019

(Soneto que fiz ao ver, maravilhado, a jovem italiana ALTINA FRESTA, portadora de paralisia cerebral, pesando 49 quilos, com braços e pernas atrofiados e que não consegue controlar os espasmos do próprio corpo, cantando ópera de forma exímia e com voz esplendorosa.)

Às vezes a gente até sabe

Que outras pessoas, próximas ou não,

Vivem infernos, sem atinar com a razão

De mergulharem onde nada cabe.

Percalços na vida, infortúnios no amor

Fazem com que busquem a volta do calor

Pelo que perderam, até por não saberem

Que, nunca acontece do jeito que querem…

Na ânsia do retorno, cometem asneiras

Esquecendo de quem afastou as barreiras.

O peso nos ombros, nada alivia,

Por mais que procurem um’outra via…

Nem sempre dá tempo para uma saída,

Enquanto prosseguem nessa existência.

Mas escapar só com fé naquela Essência,

Que lhes abre a porta para a nova vida…

Joffre Sandin

02/05/2020

(Homenagem ao Eduardo Confortini,

que, hoje, repentinamente, partiu para a nova vida)