Não há o que justifique e nem é um problema,
Impressão que é única de qual lado se esteja,
Quando todos se envolvem num mesmo dilema,
Seja ódio ou amor a sensação que sobeja.
Sem saber bem porque, há aqueles que amam,
E sabendo porque, também há os que odeiam…
Quem detesta tem horror de saber da vitória,
E quem ama só pensa em construir a história.
Por que odiar e por que amar tanto?
Essa mescla de raiva e afeto, é sublime.
Luta empolgante que a ninguém exime,
Do sofrer, do querer, do viver e do pranto.
Pouco importa o tempo, o lugar, o momento,
Em metades iguais parte-se o sentimento,
Para uns é fascínio, é calor, é encanto,
Para os outros é inveja, é dor, desencanto.
Não se pode explicar como o foco de tudo,
Seja um time, uma equipe, um conjunto de gente,
Com camisa, uniforme; tudo muito atraente,
E a glória da garra em defesa do escudo.
Há, também, lindo hino que a todos embala,
E outras músicas que brotam da fé da torcida,
Bando louco que chora e que ri pela vida
E nem diante da perda se dobra ou se cala.
Paira acima de tudo, não há bem e nem mal,
É uma fábula, é uma lenda alcunhada Timão.
Não se sabe o que, nem porque da razão
Da existência de senso tão transcendental.
Loucura a encher até mentes mais sãs,
É louvor, oração, reza brava e umbanda,
De uma parte, de outra, desta ou daquela banda,
Prá que perca ou vença, preces certas ou vãs.
Todo peito que, dentro, traga um coração,
A bater muito forte, no sentido que for,
Sangue quente fervendo de ódio ou amor,
Tem por ti, meu Corinthians, a mesma paixão!
Autoria de
Joffre Sandin