Estou só.
Meu coração chora
E espera tua volta,
Traduzindo em lágrimas
Meu rancor, minha revolta,
Por ter a vida,
Brincalhona e atrevida,
Mesmo que por tempo passageiro,
Separado sem qualquer delicadeza,
Do meu calor minha princesa.
Sinto saudade, é uma loucura, é u’a maldade,
Que sem qualquer compaixão ou ternura,
Rasga meu peito e minh’alma invade.
Pergunto-me, então, se por saudade tenho direito,
De chorar sem esperar guarida,
De revoltar-me sem qualquer respeito?
Embora saiba que mesmo longe,
Teu pensamento, teu coração,
Carregados de amor e esperança,
Perseguem juntos em oração
Minha imagem, minha lembrança.
Então,
Prostrado pelos momentos de fraqueza,
Eleva a voz meu coração saudoso
E grita triste por ter sido rancoroso:
– Perdão, perdão Minha princesa!
Joffre Sandin
10/02/1969